Brian Armstrong, fundador e CEO da Coinbase, vendeu R$ 8,5 milhões em ações de sua corretora. Documentos apontam que o processo da venda iniciou um dia antes de sua corretora ser processada pela SEC, levantando suspeitas.
O documento, chamado Form 144, foi preenchido na segunda-feira (5), notando que Armstrong teria intenção de vender ações da Coinbase. As vendas de 29.730 ações totalizaram US$ 1.745.299,65 (R$ 8,5 milhões).
As ações da Coinbase já estavam em queda naquele dia conforme a SEC emitiu 13 processos contra sua rival, a Binance. Já na terça-feira (6), a SEC também processava a Coinbase, derretendo ainda mais o preço de suas ações.
Ações da Coinbase seguem pressionadas por seus próprios executivos
Negociada na Nasdaq, as ações da Coinbase estão em forte queda desde seu IPO, realizado em abril de 2021. No período, os papéis já caíram 87,5%, apresentando um desempenho pior do que as maiores criptomoedas do mercado como Bitcoin e Ethereum.
Parte dessa pressão vendedora está sendo causada pelos próprios fundadores e executivos da Coinbase. Afinal, esta não é a primeira venda controversa.
Em novembro de 2022, Brian Armstrong já havia aparecido em manchetes ao realizar o mesmo movimento. Na data, até mesmo Nassim Taleb comentou o caso, afirmando que “um CEO nunca vende suas próprias ações” e que isso estava afundando a confiança de outros investidores.
O fundador do Ethereum tentou defender Armstrong na época, mas também foi ofendido por Taleb. Vitalik Buterin é outro que frequentemente joga contra seu próprio projeto, vendendo diversos lotes de ETH no mercado.
Comunidade estranhou momento da venda de ações da Coinbase por seu CEO
A recente venda por Brian Armstrong gerou polêmica por conta do momento inoportuno. Através das redes sociais, o perfil Bitfinexed, famoso crítico de corretoras, comentou o movimento com palavras ácidas e semelhantes as de Taleb.
“Nada inspira mais confiança em sua empresa do que despejar milhões de dólares em ações enquanto sua empresa está sendo processada por vender títulos mobiliários não registrados”, comentou o perfil, acusando a Coinbase de outros crimes.
Nos comentários, outros usuários até mesmo acusam Armstrong de insider trading, ou seja, estar operando no mercando usando informações privilegiadas. Recentemente, o ex-gerente de produtos da Coinbase se declarou culpado por tal crime.
No entanto, devido ao amplo histórico de vendas por Armstrong, é difícil acreditar nesta hipótese. Ou seja, tudo indica que não se trata de um crime, apenas mais um ‘tiro no pé’. Entre segunda e terça-feira, as ações da Coinbase caíram 26,7%, mas já recuperaram parte das perdas nos dias seguintes.