Aristides Cavalcante, chefe-adjunto do Departamento de Tecnologia da Informação (Deinf) do Banco Central, destacou que blockchain, tokenização e criptoativos são temas centrais da agenda de inovação do regulador.
Durante o anuncio dos projetos seleconados pelo LIFT Lab para sua edição de 2023, Aristides Cavalcante, chefe-adjunto do Departamento de Tecnologia da Informação (Deinf) do Banco Central, destacou que blockchain, tokenização e criptoativos são temas centrais da agenda de inovação do regulador.
Blockchain e tokenização (que no cenário internacional de cripto tem sido chamado de RWA) tem sido os principais pontos abordados pelo BC com relação ao Drex, moeda digital que o Banco Central pretende lançar até o final de 2024.
Já criptoativos, além de sua integração com o Drex, também estão na agenda do regulador devido ao Marco Legal das Criptomoedas (Lei n.º 14.478/2022) que colocou o BC como regulador do mercado de ativos digitais.
“Os projetos selecionados tratam de relevantes temas da agenda de inovação do Banco Central como blockchain, tokenização de ativos, criptoativos, Pix, responsabilidade socio-ambiental e inovações para o aprimoramento de processos de Know-Your-Customer e Prevenção à lavagem de dinheiro”, disse Cavalcante.
No caso da edição de 2023 do LIFT, Ao longo do mês de julho, o Comitê Gestor trabalhou na análise das 95 propostas recebidas neste ano, um número recorde de inscrições. A partir disso, o comitê selecionou um conjunto de 9 projetos que poderiam ser desenvolvidos na edição 2023.
- Cartão Pix
- Compliance e PLD Preventivos
- Gateway de Interoperabilidade
- GreenFi: Finanças Descentralizadas para a Sustentabilidade
- KYC para Rating de Crédito em Blockchain
- Pix Debita Lá
- Score Chave Pix
- SmartSafe
- Token do Agronegócio Garantido – TAG
Entretanto, segundo o BC, devido a limitações operacionais e de recursos humanos, o corrente Lift Lab está suspenso por tempo indeterminado. O novo cronograma para o desenvolvimento dos 9 projetos selecionados será comunicado oportunamente.
Caberá ao Comitê Gestor do Lift, composto por representantes das diferentes áreas do BC, avaliar e replanejar o portfólio das iniciativas em curso, frente a outras entregas institucionais para a sociedade.
Tokenização
Um dos pontos ressaltados por Cavalcante, a tokenização, tem sido adotada por empresas de diversos setores como uma solução para impulsionar seus negócios e criar novas oportunidades de investimento. Justamente o que o BC pretende com o Drex.
A Oliveira Trust, plataforma financeira digital de serviços fiduciários e gestão de fundos, enxerga a tokenização como a terceira via do mercado de securitização e, para viabilizar a atuação nesse cenário, a empresa investiu na Liqi, tokenizadora de ativos.
Além do investimento, a OT também firmou uma parceria com a startup para agir como custodiante das wallets dos investidores e como custodiante dos ativos que lastreiam os tokens. A companhia também apostou na Bee4, ambiente de negociação de ações tokenizadas de empresas com faturamento anual entre R$ 10 e 300 MM, onde a OT também atua como escriturador, garantindo o controle da titularidade dos tokens e a guarda do lastro.
Já a Elo, empresa responsável pela maior bandeira brasileira de cartões, aposta em áreas como a Web3, tokenização e as criptomoedas como as próximas tendências na área de tecnologias de pagamento nos próximos anos.
A empresa vê o fenômeno da tokenização como um caminho de evolução natural para a economia. Nesta linha, criou o Elo Conecta, o programa de Inovação Aberta, focado na seleção e investimento em Startups que desenvolvem soluções para o mercado de meios de pagamento no Brasil.
A tokenização também está sendo aplicada no universo dos esportes. A Win The Game, empresa de negócios da área de esporte e entretenimento, desenvolveu em conjunto com a Mynt, plataforma de negociação de criptoativos do BTG Pactual, o novo token esportivo do Grêmio.
O Fan Pass $IMORTAL oferece aos torcedores conteúdos exclusivos, vantagens, descontos e experiências únicas, além de investir no time do coração. O investimento auxilia o desenvolvimento do clube e permite a aproximação com sua torcida.
A pré-venda do criptoativo foi marcada por um sold out histórico, no qual em menos de 72 horas foram vendidas 200 mil unidades. O clube se motivou com o resultado e acredita que o projeto tende a fortalecer e revolucionar a relação com os torcedores.
Ainda quando o assunto é tokens, a Nestlé lançou uma coleção exclusiva de NFTs que resgata os cards nostálgicos da marca de chocolates Surpresa – sucesso nos anos 1980 e 1990 – para apoiar a ONG SOS Mata Atlântica.
A iniciativa une sustentabilidade e arte, e conta com a participação de cinco artistas plásticos brasileiros: Helena Cintra, Larissa Constantino, Rômolo D’Hipólito, Carla Barth e Vilson Vicente. Cada um possui uma linguagem proprietária e uma conexão com causas ambientais, trazendo personalidade e significado para as obras. Os NFTs estão disponíveis para venda em artedapreservacao.com.br e todo valor arrecadado será destinado à ONG.
Pensando também no meio ambiente, a Ambipar Ambify criou um utility token que conecta as pessoas a uma economia mais verde e de baixo carbono. O objetivo é reduzir os impactos gerados pelas mudanças climáticas.
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Fonte: https://br.cointelegraph.com/news/blockchain-tokenization-and-crypto-assets-are-central-themes-of-our-innovation-agenda-reveals-central-bank-of-brazil