O Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC), órgão que garante depósitos bancários nos Estados Unidos, reportou uma situação alarmante. De acordo com o relatório do FDIC, o sistema bancário dos EUA possui US$ 517 bilhões em perdas não realizadas. Ou seja, ativos que estão no prejuízo, mas que os bancos ainda não venderam.
No entanto, o FDIC afirma que se os bancos precisarem vender esses ativos, o resultado pode ser catastrófico. Existem 63 bancos que estão em risco de insolvência no país, o que suscita preocupações sobre a estabilidade da economia norte-americana.
O índice ISM Manufacturing PMI ficou em 48,7 abaixo das previsões de 49,6, apontou para uma contração maior do que o previsto na indústria. Curiosamente, o preço do Bitcoin (BTC) ultrapassou US$ 70.000 após a divulgação desses dados.
Por isso, analistas apontam que o Bitcoin pode se valorizar caso haja alguma nova falência bancária, assim como ocorreu no ano passado com o colapso do Signature Bank e do Silicon Valley Bank (SVB).
Bancos à beira da falência
De acordo com o FDIC, o motivo dessa situação são as taxas de juro mais elevadas e os atraso do Federal Reserve (FED) nos cortes das taxas. Quanto maiores os juros, maiores se tornam os passivos dos bancos, que passam a cair de valor com as taxas mais baixas.
Como resultado, tanto os bancos quanto as empresas nos EUA estão sob extrema pressão. Além disso, o Conselho do Fed encerrou o Programa de Financiamento a Prazo Bancário (FTFP) em 11 de Março. Esse programa concedia melhores condições para os bancos poderem quitar seus passivos.
Ao contrário de anos anteriores, o contexto atual é de custos de financiamento crescentes, rendimentos mais baixos dos ativos e taxas de juros mais elevadas. Se os bancos tiverem que vender seus ativos, o mercado pode enfrentar uma grande onda de falências.
Agora, são nove trimestres consecutivos de perdas não realizadas invulgarmente elevadas desde que o Fed começou a aumentar as taxas de juro em 2022. Durante este período, três bancos declararam falência e isso já foi suficiente para quase gerar uma crise financeira nos EUA, que só não ocorreu por causa da intervenção do Fed e do FDIC.
Vem aumento no Bitcoin?
Se novas falências bancárias ocorrerem, o preço do Bitcoin e de outras criptomoedas provavelmente terão um forte impulso de alta devido a possíveis corridas aos bancos. Afinal, o BTC registrou um forte ganho de 150% em 2023, mesmo ano da falência do SVB e do Signature.
Além disso, o Fed e o Departamento do Tesouro têm medidas planejadas para conter uma eventual falência em 2024, um ano de eleições presidenciais nos EUA. Essas medidas podem ir desde corte nos juros até a volta dos programas de compras de ativos.
Atualmente, os contratos do Fed sinalizam um corte único nas taxas este ano, mas dados favoráveis nos próximos meses podem trazer uma mudança da política monetária já em setembro.
O índice do dólar americano (DXY) caiu recentemente para menos de 105 em meio à queda da inflação e do mercado de trabalho. Até o fechamento desta matéria, o DXY chegou a cair para 104,1. Entretanto, o rendimento do Tesouro dos EUA a 10 anos também caiu para 4,37%, antecipando um possível corte de juros.
Com juros menores, os ativos de risco tendem a se beneficiar, o que pode levar o BTC a voltar a se valorizar.
Fonte: https://www.criptofacil.com/economia-63-bancos-podem-falir-nos-eua-como-isso-afeta-o-bitcoin/