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Braiscompany é alvo de nova operação da PF que apura suspeita de crimes contra o sistema financeiro

Seis mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Campina Grande e Assunção, na Paraíba, e em São Paulo. Sócios da Braiscompany são suspeitos de movimentar R$ 1,5 bilhão em criptoativos.

Seis mandados de busca e apreensão foram cumpridos na manhã desta terça-feira (18) em uma nova operação da Polícia Federal contra a Braiscompany, empresa paraibana que captava investidores sob a promessa de investimentos em criptomoedas com retorno de 8% ao mês e cujos sócios são suspeitos de crimes contra o sistema financeiro e o mercado de capitais. As ações da PF acontecem em Campina Grande e Assunção, na Paraíba, e na cidade de São Paulo.

De acordo com a PF, a operação, batizada de Select, é um desdobramento da operação Halving, que aconteceu em fevereiro. O objetivo da ação desta terça-feira é apreender evidências de organização criminosa voltada para os crimes apurados, em endereços ligados aos sócios e gerentes. O nome da operação é alusivo ao grupo de gerentes que mais captavam recursos para a empresa, entre as vítimas do suposto esquema. Em Campina Grande, as buscas foram nos bairros do Jardim Paulistano, no Centro e em um condomínio de luxo.

Segundo a PF, nos últimos quatro anos, foram movimentados cerca de R$ 1,5 bilhão em criptomoedas, em contas vinculadas aos suspeitos, sócios da Braiscompany, que estão foragidos.

Entenda a polêmica da Braiscompany

Sede da Braiscompany, em Campina Grande — Foto: Ewerton Correia/TV Paraíba

Sede da Braiscompany, em Campina Grande — Foto: Ewerton Correia/TV Paraíba

A Braiscompany se envolveu em uma polêmica financeira com suspeita de atraso de pagamentos de locação de ativos digitais para clientes. Denúncias feitas nas redes sociais deram início ao caso, que desde o dia 6 de fevereiro passou a ser investigado também pelo Ministério Público da Paraíba.

Idealizada pelos sócios Antonio Neto Ais e Fabrícia Ais, a Braiscompany é especialista em gestão de ativos digitais e tecnologia blockchain. Os clientes convertiam seu dinheiro em ativos virtuais, que eram “alugados” para a companhia e ficavam sob gestão dela pelo período de um ano. Os rendimentos dos clientes representavam o pagamento pela “locação” dessas criptomoedas.

Antônio Inácio da Silva Neto, conhecido como Antônio Neto Ais, e Fabricia Ais, fundadores da Braiscompany — Foto: Reprodução/Braiscompany

Antônio Inácio da Silva Neto, conhecido como Antônio Neto Ais, e Fabricia Ais, fundadores da Braiscompany — Foto: Reprodução/Braiscompany

Milhares de campinenses, motivados pelo boca a boca entre parentes, amigos e conhecidos, investiram suas economias pessoais sob a promessa de um ganho financeiro ao redor de 8% ao mês. É uma taxa considerada irreal pelos padrões usuais do mercado.

Quem é o dono da empresa

Além da taxa de retorno financeiro muito acima do regularmente praticado no mercado, boa parte da atração exercida pela Braiscompany está ligada à imagem de seu fundador, Antônio Inácio da Silva Neto. Ele adotou suas três primeiras iniciais como sobrenome e se apresenta como Antônio Neto Ais.

Seu Instagram, com 900 mil seguidores, tem uma curadoria cuidadosa de postagens. São fotos muito bem produzidas e mensagens que tentam transmitir uma ideia de sucesso individual. Neto Ais aparece sempre com o cabelo engomado dentro de carros de luxo, aviões privados, em locações internacionais badaladas e ao lado de astros do futebol e celebridades da música.

Fonte: https://g1.globo.com/pb/paraiba/noticia/2023/04/18/braiscompany-e-alvo-de-nova-operacao-da-pf-que-apura-suspeita-de-crimes-contra-o-sistema-financeiro.ghtml

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