Padrões gráficos do Bitcoin em anos eleitorais nos EUA e do ouro após o lançamento de ETF sugerem que o mercado de alta deve voltar a ganhar força no final deste ano, segundo analistas.
Traders de Bitcoin podem enfrentar pelo menos mais três meses de consolidação, segundo as previsões de dois analistas do mercado de criptomoedas.
Diversos fatores tornam improvável uma reversão de tendência no curto prazo. Entre eles, fatores macroeconômicos, como a relutância do Banco Central dos EUA (Fed) em reduzir as taxas de juros, e a pressão vendedora de curto prazo sobre o Bitcoin, desencadeada pela liquidação do governo alemão e o ressarcimento dos credores da Mt. Gox.
Análises da ação de preço do ouro após o lançamento de fundos negociados em bolsa (ETFs) atrelados ao metal precioso em 2008, e do preço do Bitcoin em anos de eleições presidenciais nos Estados Unidos sugerem que a retomada da tendência de alta do mercado de criptomoedas deve ocorrer somente no final deste ano, culminando com uma nova máxima histórica do BTC no primeiro semestre de 2025.
Em uma postagem no X, Charles Edwards, fundador do fundo de hedge de ativos digitais Capriole Investments, apontou “semelhanças inquietantes” entre o preço do ouro e do Bitcoin após o lançamento de ETFs de ambos os ativos no mercado norte-americano.
Em comum, ambos os produtos de investimento foram lançados durante momentos de turbulência na economia dos EUA:
“O ouro empreendeu um rali incrível, atingindo máximas históricas durante a crise financeira global. Em seguida, apresentou grande volatilidade. Hoje, o Bitcoin parece estar no mesmo caminho, de forma acelerada.”
Edwards chamou atenção para as similaridades nos padrões gráficos de ambos os ativos, com a renovação de máximas históricas seguidas por forte volatilidade e correções após a listagem dos ETFs.
Gráfico do ouro (esquerda) e do Bitcoin na sequência do lançamento de seus respectivos ETFs nos EUA. Fonte: Charles Edwards (X)
Após atingir uma nova máxima histórica no início de 2008, “o ouro caiu 34% antes de subir rapidamente para US$ 1.900”, disse Edwards.
Caso siga o mesmo padrão, “o Bitcoin potencialmente poderia cair para cerca de US$ 48 mil e, em seguida, subir diretamente para US$ 140 mil, sem quedas, por volta de maio de 2025”, projetou o executivo.
Apesar da recente recuperação a partir das mínimas de US$ 53.500 registradas em 5 de julho, Edwards não descarta uma correção mais profunda em torno dos US$ 48.000 antes da retomada da tendência de alta.
Eleições nos EUA atuam como catalisador do preço do Bitcoin
O especialista em análise técnica Matthew Hyland identificou padrões semelhantes na ação de preço do Bitcoin em anos de eleições presidenciais nos EUA. Em uma postagem no X, declarou:
“Historicamente, em anos eleitorais o BTC começa a esfriar em julho e não fica muito emocionante até o final de outubro/novembro.”
Gráficos semanais anotados BTC/USD em 2012, 2016 e 2020. Fonte: Matthew Hyland (X)
Em uma postagem subsequente ele reafirmou as suas expectativas de que o Bitcoin não voltará a testar sua máxima histórica atual antes de outubro ou novembro:
“Adoraria estar errado, mas se prepare para momentos menos emocionantes com base na forma como o BTC e as ações normalmente se movimentam antes das eleições. No entanto, os tempos emocionantes retornarão para o BTC.”
Rali eleitoral do Bitcoin
Um rali impulsionado pelas eleições nos EUA poderia ser turbinado por um catalisador extraordinário em caso de vitória do candidato republicano Donald Trump.
O programa de governo oficial de Trump divulgado na segunda-feira, 8, declara apoio à inovação promovida pelo mercado de criptomoedas. É a primeira vez na história dos Estados Unidos que as criptomoedas são mencionadas na plataforma eleitoral de um dos dois maiores partidos do país. A menção é breve, mas direta e contundente:
“Defenderemos o direito de minerar Bitcoin e garantiremos que todos os americanos tenham o direito à autocustódia de seus ativos digitais e realizem transações livres de vigilância e controle governamental.”
O Comitê Nacional Republicano também declarou oposição ao desenvolvimento de uma moeda digital de banco central (CBDC) atrelada ao dólar, abrindo espaço para uma adoção mais ampla de stablecoins na maior economia do mundo.
Uma vitória dos Democratas apresenta perspectivas menos promissoras para a indústria, mas um grupo de defesa do setor incentivou Joe Biden a apoiar uma regulamentação abrangente das criptomoedas.
No entanto, o debate que está mobilizando o Partido Democrata nesse momento é a possível saída de Biden da corrida presidencial, conforme noticiado pelo Cointelegraph Brasil recentemente.
Enquanto isso, em uma atualização de mercado recente, Hyland afirmou que o preço do Bitcoin foi rejeitado na resistência de US$ 58.500 em uma demonstração de fraqueza momentânea.
O analista reforçou a importância de transformar esta resistência em suporte para garantir um fechamento semanal acima dessa região, caso contrário um reteste do fundo local registrado na semana passada é o caminho mais provável.
Gráfico de 4 horas BTC/USD. Fonte: TradingView
Na tarde desta quinta-feira, o Bitcoin está sendo negociado na faixa de US$ 57.510, em baixa de 0,8% nas últimas 24 horas, de acordo com dados da CoinGecko.
Fonte: https://br.cointelegraph.com/news/what-gold-and-the-us-election-indicate-about-the-future-of-bitcoin-price